Terremoto de 6,9 graus na China mata 400 pessoas e provoca destruição
Cerca de 400 pessoas morreram em um terremoto de 7,1 graus na escala Richter que abalou nesta quarta-feira (14) a Província de Qinghai, no noroeste da China, informou o vice-secretário-geral do governo da Prefeitura Autônoma Tibetana de Yushu, Huang Limin, à agência de notícias Xinhua. A mesma fonte anunciou que o tremor deixou um saldo de 10 mil feridos.
As primeiras informações do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), na noite de terça (13), indicavam que o terremoto seria de 6,9 graus na escala Richter e o epicentro do tremor seria a 94 km de Qamdo, no Tibete, a uma profundidade de 33 km, mas o relatório mais recente aponta para o epicentro do tremor situado 380 km a sudeste da cidade de Golmud, a uma profundidade de 46 km.
Ainda de acordo com a agência Xinhua, os primeiros abalos foram sentidos na primeira hora do dia, e causou o colapso de casas, escolas e prédios governamentais. O USGS informou também que ocorreram dois tremores secundários, de 5,3 e 5,2 graus, na meia hora posterior ao terremoto principal. As autoridades chinesas confirmaram o abalo, que ocorreu às 7h49 local (20h49 de terça-feira em Brasília). Funcionários de Qinghai, citados pela agência Nova China, informaram que mais de 85% das casas em Jiegu, cidade que fica em uma área próxima ao epicentro do tremor, desabaram na região do epicentro, no distrito de Yushu.
O pânico teria tomado conta das ruas, com muitos feridos e outros soterrados, disse uma fonte da prefeitura de Yushu. A falta de infraestrutura para o atendimento às vítimas também é uma dificuldade que vem sendo enfrentada pelas autoridades chinesas.
- As casas aqui são quase todas feitas de madeira e paredes de barro, que facilmente se despedaçam quando um terremoto acontece - disse o diretor do Departamento de Notícias da Yushu TV, Karsum Nyima.
Soldados e equipes de resgate já foram mandados para ajudar nos salvamentos, mas a falta de escavadeiras e outros equipamentos básicos devem atrasar os trabalhos, que estão sendo feitos de forma lenta, apenas com força humana. Aviões com suprimentos e equipamentos importantes, como celulares via satélite, já estão a caminho e devem amenizar um pouco as deficiências locais, já que o aeroporto mais próximo, em Batang, a 30 km do epicentro do tremor, só tem recursos para funcionar por mais 17 horas.
- Eu vejo pessoas feridas por todos os lados. O maior problema agora é que nos faltam as barracas, precisamos de equipamentos médicos, medicamentos e trabalhadores do saneamento - disse Zhuohuaxia, porta-voz local, à Xinhua.
Estima-se que Jiegu, localidade com cerca de cem mil habitantes, possa ter o maior número de baixas. Além de destruir imóveis e ferir muitas pessoas, o terremoto ainda levou a uma perda das comunicações com a região de Qinghai, com danos também as rodovias que levam ao aeroporto local. Não se sabe ainda se a principal ferrovia da região, a Qinghai-Tibete, foi afetada.
Segundo a agência Reuters, outros três terremotos, variando de magnitude 5 a 6 graus na escala Richter, foram sentidos na mesma região horas antes do abalo principal, o que pode ter ajudado algumas pessoas a buscar abrigo nas ruas.
As investigações sobre as causas do tremor e o tamanho das perdas já estão em andamento, disse uma fonte do setor de emergência de Qinghai.
Qinghai é habitada principalmente por tibetanos, mongóis, hui (muçulmanos) e chineses da etnia majoritária han, e foi uma das zonas afetadas pelo terremoto que em maio de 2008 sacudiu o norte da vizinha província de Sichuan, deixando cerca de 90 mil mortos e desaparecidos.
O oeste da China, com grandes cadeias montanhosas como o Himalaia, é zona de frequentes terremotos, embora muitos deles aconteçam em áreas pouco povoadas ou desabitadas.
Fonte: R7 / JovemX.com